E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. 1 Coríntios 10:4
Seguidores : Assemelhados Guerreiros da Pátria Celestial
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Ex-Muezim se converte a Cristo
fonte: http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1858&menu=7&submenu=5&emm=1
Autor : Prof. João Flávio Martinez
Publicado em :
Sábado, 16/06/2007
Azzad* é curdo, nascido na Turquia, e vive na Alemanha. Desde que se converteu a Cristo ele prega o Evangelho na Alemanha e em sua pátria.Norbert Lieth: Antes de sua conversão a Jesus Cristo você era um muezim muçulmano. Quais são as funções de um muezim?Azzad: Muezim é uma palavra árabe que designa a pessoa que, a partir dos minaretes (torres) das mesquitas, cinco vezes ao dia, anuncia em alta voz a hora das preces. Ele também celebra casamentos e todos os rituais da religião islâmica. É, por assim dizer, o pastor e conselheiro espiritual de sua comunidade religiosa.– Quando e como você encontrou Jesus?– Lendo o Novo Testamento, que antes odiava; eu estava convicto de que os malvados cristãos o haviam falsificado. Quando fui preso na Alemanha por assalto a mão armada, comecei a orar pedindo a Deus que me mostrasse o caminho até Ele. Aí ganhei um Novo Testamento de presente e passei a lê-lo. Através dele reconheci que sou pecador e que Jesus Cristo morreu pelos meus pecados. No dia 9 de novembro de 1987 dobrei meus joelhos diante de Jesus aceitando-O como meu Salvador e Senhor.Antes disso, para mim Alá já tinha-se tornado um Deus cruel por duas razões:1. Comecei a cumprir minhas obrigações de muçulmano com sete anos de idade, prostrando-me diante de Alá cinco vezes ao dia, num total de trinta e cinco vezes por semana. Porém, em algum momento cheguei à frustrante conclusão de que através desses exercícios religiosos eu não obtinha certeza da salvação e que meu destino era o inferno. Essa é uma doutrina do Corão: "Perante o Senhor está definitivamente estabelecido que não há ninguém, entre vós pessoas ou demônios, que não vá ao inferno e que, caso Alá queira, ele o tirará de lá." Fiquei decepcionado com o islã.2. Além disso, comecei a achar que Alá, chamado de criador, era cruel por ordenar que se mate as pessoas que pensam ou crêem de forma diferente do islã. A sura 9, verso 29, traz a ordem de guerra contra judeus e cristãos: "Dos adeptos do Livro, combatei os que não crêem em Deus [Alá] nem no último dia e não proíbem o que Deus [Alá] e Seu Mensageiro proibiram e não seguem a verdadeira religião – até que paguem, humilhados, o tributo". De repente passei a me sentir mais bondoso que o próprio Alá. Já não podia participar dessas coisas. Deixei minha função de muezim e parti em busca do Deus vivo. Só existe uma única maneira de um muçulmano ter certeza da salvação: dar ouvidos às brutais ordens do Corão, matando pessoas para Alá.– O que você considera sua tarefa na edificação do Reino de Deus?– Meu povo [os curdos] foi muito negligenciado no que diz respeito à divulgação do Evangelho. Por isso, meu ministério é falar do amor de Deus aos meus compatriotas turcos e ao meu povo, tão subjugado pelo islã. Faço isso apesar das ameaças de morte que recebo, pois o amor de Deus derramado em nossos corações é muito mais forte – e o amor de Cristo me constrange (veja 2 Co 5.14). Mais um aspecto de meu trabalho para o Senhor consiste em esclarecer as pessoas, principalmente os cristãos da Europa, sobre o que realmente é o islã. Outra coisa que considero importante é visitar os presídios, ou seja, ir ao lugar onde eu mesmo encontrei a Jesus, trabalhando voluntariamente junto aos presos, aconselhando e falando do Evangelho de Jesus para eles. Mas minha tarefa maior e mais significativa é a tradução da Bíblia para a língua curda. Já trabalho nesse projeto há bastante tempo e, graças ao Senhor, em breve ele estará concluído.– Conte-nos um pouco mais sobre essa tradução.– Eu e meu amigo Haran, que pela misericórdia de Deus, através da leitura da Bíblia, também reconheceu que Jesus é seu Senhor e Salvador pessoal, começamos com a tradução há catorze anos. Antes de se converter, ele havia lido a Bíblia durante doze anos. Deus fez de nós dois uma equipe muito unida. Ele é um escritor reconhecido, e se o Senhor permitir, em 2004 teremos em mãos toda a Bíblia na língua curda. Agora estamos finalizando as notas de rodapé, com que me ocupo diversas horas por dia.– Você encontra empecilhos em seu trabalho ou recebe ameaças?– Sim, de maneira maciça. A última foi há dois dias atrás. Eu estava evangelizando em Detmold (na Alemanha), quando alguns compatriotas chegaram perto de mim e disseram: "Nós vamos atirar em você!" Mas para os irmãos alemães que estavam comigo e não entendem turco eles disseram: "Vocês são muito queridos, Jesus mora nos seus corações". Em nossa língua eles continuaram me dizendo: "Você é mentiroso. Você ofendeu nossa religião e nosso profeta. Nós vamos matar você!" Tenho recebido inúmeras cartas com ameaças de morte, que apresentei à polícia. Mas ela não me ajuda, pois parece que agirá apenas quando eu tiver sido morto.– Na sua opinião, qual a diferença fundamental entre a Bíblia e o Corão?– A Bíblia é claramente a Palavra de Deus. Através da Bíblia, Deus me mostra o meu próprio coração, o plano de salvação para Seu povo terreno, Israel, e para as demais nações. A Bíblia mostra claramente que sou um pecador perdido. Mas ela também revela o Salvador, que me livra dos pecados, e através da Bíblia também recebo certeza de salvação. Essa é a grande diferença entre a Bíblia e o Corão. Na Primeira Epístola a João está escrito, por exemplo: "Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" (1 Jo 5.13). Mas o Corão diz na sura 66, verso 8: "" vós que credes, pedi o perdão de Deus [Alá] com sinceridade. Talvez absolva os vossos pecados e vos introduza nos jardins onde correm os rios num dia em que Deus [Alá] poupará a humilhação ao Profeta e aos que crêem com ele..." Na Bíblia, porém, está escrito: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).– Qual a situação atual dos cristãos na Turquia?– Desde a proclamação da república turca, existe liberdade religiosa no papel, mas na prática a situação é bem diferente. Voltei da Turquia há duas semanas. Enquanto estive lá, a polícia civil seguiu todos os meus passos. Depois que eu tinha partido, eles perguntaram a meus irmãos que vivem lá: "O que ele veio fazer aqui? O que ele contou para vocês?" Na Turquia, os cristãos vivem sob intensa pressão, mesmo que as aparências sejam de convivência pacífica e de liberdade religiosa.– Você contou que é de descendência curda. Qual a sua avaliação da situação dos curdos na Turquia?– Acho que não existe outro povo no mundo que compartilhe do destino dos curdos, pois trata-se de um povo de 40 milhões de pessoas que não pode falar a própria língua. Na Turquia, quando os curdos publicam alguma coisa em sua língua, sofrem sanções e penalidades. O que isso significa? Trata-se de uma violação dos direitos humanos, dos mandamentos de Deus, de uma barbaridade. Mas, apesar disso, amo os turcos porque o amor de Deus foi derramado em meu coração através do Espírito Santo (veja Rm 5.5). Antigamente, eu os odiava. Agora, desde que sou cristão, oro todos os dias pela Turquia.– É certo dizer que os curdos descendem dos medos?– Não, certamente não. Tenho certeza de que os curdos pertencem às duas e meia tribos de Israel (Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés) que permaneceram na margem oriental do Jordão. Essas também foram as primeiras tribos de Israel levadas para o cativeiro. Eu me considero integrante do povo de Israel. Segundo a carne, sou e continuarei sendo um filho de Abraão.– Qual o tratamento dispensado a Israel pelos políticos e meios de comunicação turcos?– É um tratamento bastante bom. A Turquia e Israel são amigos em nível governamental. Eles cooperam mutuamente, por exemplo, na área militar. Mas na população existe um grande ódio contra Israel.– Como muçulmano praticante, qual era sua postura em relação a Israel? E como cristão, o que você pensa do judaísmo?– Naquela época eu odiava os israelenses e judeus, sem jamais haver conhecido pessoalmente um único judeu sequer. Naturalmente isso vinha do veneno que o islã havia instilado dentro de mim. Na Bíblia, porém, está escrito: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Quando comecei a crer e a entender, pela Palavra de Deus, que Israel é o povo terreno de Deus, arrependi-me e pedi perdão pelo ódio que eu nutria. Hoje não passa um dia sem que eu ore por Israel e pela paz de Jerusalém, e sem que eu abençoe o povo judeu em nome de Jesus.Quando ainda estava aprisionado pelo islã, sem esperança e sem certeza da minha salvação, mesmo sendo religioso mas padecendo sob o jugo do pecado, às vezes era meu desejo realizar um atentado suicida em Israel. Eu era impelido por Satanás a dar um fim à minha vida e a levar comigo na morte algumas pessoas do povo que Deus ama. Quando estava na prisão, esses pensamentos continuaram me atormentando. Mas o Senhor me protegeu. Louvado seja Seu nome!– Como você vê a evangelização de estrangeiros que vivem na Europa? Eles são alcançados com o Evangelho? O que poderia ser feito de maneira diferente ou melhor? Qual deveria ser a ênfase na hora de falar de Jesus para eles?– Penso que essa é uma área negligenciada. Desde minha conversão, evangelizo os estrangeiros que vivem na Alemanha. Muitos estão à procura de Deus, do sentido da vida. É obrigação nossa, dos cristãos, amá-los e demonstrar a eles, através da nossa vida, que Jesus é nosso Senhor. Devemos ser amáveis, mas também é preciso que tenhamos a coragem de convidá-los a ouvir a mensagem. Na Europa existem muitos muçulmanos abertos ao Evangelho. É muito importante não falar com eles como se fôssemos superiores. Ao invés de levantarmos barreiras, deveríamos tentar construir pontes entre eles e o Senhor. Deveríamos evitar dizer, logo de início, que Jesus é Deus. É mais importante falar primeiro do pecado, da queda do homem, e então conduzi-los à conversão. Não podemos explicar para um cego como é a cor vermelha. Primeiro, ele precisa ter seus olhos abertos. Só então ele poderá reconhecer quem é Jesus. Todo o restante virá automaticamente.– Você tem mais alguma dica para ganhar um muçulmano para Cristo?– Muitas vezes os muçulmanos me disseram: "Os cristãos falam contra nós". Em outras palavras, quando pregamos o Evangelho, eles logo pensam que somos contra eles. Mas os muçulmanos reconhecem que nós, cristãos, temos algo que eles não têm, a certeza da salvação. Eu tenho a mais absoluta certeza de que Jesus Cristo veio "buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10). Quando nos aproximamos dos muçulmanos com essa mensagem maravilhosa, cheia de esperança, eles vêem e sentem isso. Porém, se mesmo assim me amaldiçoam, eu os abençôo. Oro por eles, choro por eles e choro com eles. Eles o percebem e me dizem: "Nós não conseguimos agir assim!" Quando nos aproximamos deles com coração ardente, movido pelo amor de Cristo, eles reconhecem que temos o que lhes falta.– O que você pensa sobre o nosso tempo – levando em consideração a profecia bíblica? Você acha que estamos vivendo nos tempos finais (antes do Arrebatamento e da volta de Cristo)?– Sim. Desde 1948 Deus voltou a reunir Seu povo, exatamente como diz Sua Palavra. Para mim, esse é o primeiro sinal de que Jesus virá em breve. Outro sinal são os acontecimentos atuais e a falta de amor entre os cristãos. Em Seu sermão profético, o Senhor disse que "...o amor se esfriará de quase todos" (Mt 24.12). Se alguém não consegue ver que tudo isso está acontecendo, é cego. O amor entre nós cristãos é muito importante; infelizmente, há essa falta de amor até entre verdadeiros cristãos. Se meu fundamento não fosse a Palavra de Deus, certamente eu já teria me afastado deles. Mas isso também é profético, pois o Senhor Jesus afirmou: "quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lc 18.8). Estou convicto de que estamos vivendo nos últimos dias.– Nós lhe agradecemos muito por essa conversa e desejamos-lhe as mais ricas bênçãos de Deus.– Eu também agradeço e lhes digo: "Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Co 15.57-58). E mais: "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Is 40.29-31).
* O nome foi alterado por questões de segurança
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário